
Hoje, Dona Hilda é detentora de um dos maiores acervos sobre a história política dos membros do partido. O museu particular é denominado "Acervo do Bacurau", organizado em 2003, que conta com algumas peças que nem os próprios personagens da história têm, como um recorte do jornal espanhol "La Gaceta", que traz uma matéria noticiando o encontro de Garibaldi, na época presidente do Senado, com o reitor da Universidade de Salamanca, no dia 16 de julho de 2008.
Entre as peças mais antigas está uma flâmula da campanha de Aluízio Alves com data de 3 de outubro de 1960. A coleção é composta por LPs das Cruzadas da Esperança, com músicas de campanhas, fitas cassetes, cordéis, corujas (símbolo dos bacuraus), papagaios (como Aluízio Alves era conhecido devido ao hábito de falar muito), broches, fotos, santinhos, cartazes, camisetas, bonés, bandeiras, livros e algumas pastas com recortes de jornais sobre alguns candidatos do partido. Além de toda a história do próprio Aluízio Alves e de Garibaldi Alves Filho, o acervo conta com recortes sobre a trajetória política das deputadas Sandra Rosado e Larissa Rosado, que já foram do PMDB.
Um dos itens mais especiais da coleção é o livro de Aluízio Alves intitulado "O que eu não esqueci – reminiscências políticas 1933-2001", com dedicatória assinada por ele durante lançamento da obra aqui em Mossoró. Outro livro do acervo é o "Governo das Águas" que ganhou de presente de Garibaldi Alves Filho no final de seu mandato como governador do Rio Grande do Norte, o zelo é tanto pelo presente, que para preservar a integridade do livro, Dona Hilda só permite que seja manuseado com o uso de luvas. O museu conta com um livro de registro de visitas que já soma 469 assinaturas, incluindo as nossas da equipe do jornal O Mossoroense, que ela fez questão de pedir para assinar, um importante detalhe é a cor da caneta usada para registrar as assinaturas dos visitantes, que não poderia ser outra senão o verde.
Mais do que eleitora, Dona Hilda é hoje amiga da família Alves
O verde é a cor predominante em toda a casa, desde a pintura da fachada e detalhes das paredes da sala, até as almofadas, as toalhas de mãos dispostas na cozinha e no banheiro, os laços e os objetos da cadela Pretinha e até as várias plantas que compõem a decoração, todas elas batizadas em homenagem aos políticos, entre elas uma que recebe o nome "Garibaldinha".
Muito mais do que uma eleitora fiel, Dona Hilda se tornou uma amiga da família. E o amor que sentia pelo "ministro", como ela chama Aluízio Alves, foi transferido para o sobrinho, Garibaldi Alves Filho.
Dona Hilda fala orgulhosa da amizade recíproca que mantém com membros da família Alves. "Sempre que Garibaldi vem a Mossoró ele vem aqui me ver", enfatiza.
Suas filhas, Maria Helena e Ilka Medeiros, que estavam presentes durante a entrevista, explicaram que eles (os Alves) cultivam uma bonita amizade com Dona Hilda. "Ela já recebeu visita de Aluízio Alves, de Garibaldi Alves Filho e até de Aluízio Alves Filho e de Walter Alves (filho de Garibaldi). Eles também estiveram presentes em seu aniversário de 80 anos. Outra homenagem de Garibaldi, foi ele ter escrito a orelha do livro confeccionado pela família em seu aniversário", frisa Maria Helena.
Dona Hilda sempre que pode faz questão de estar presente em momentos especiais, como no enterro de Aluízio Alves, que faleceu no dia 6 de maio de 2006. Ela também esteve na posse de Garibaldi no Senado, em fevereiro de 2003, e recebeu do próprio senador o convite para assistir a solenidade dentro do plenário no Congresso.
A fiel eleitora conta que já fez duas promessas para que Garibaldi fosse eleito para o Senado, durante a campanha de 2002. "Eu prometi que se ele ganhasse eu iria varrer uma igreja e iria fazer um café para os garis, e cumpri as duas", comenta.
O amor de Dona Hilda pelos "bacuraus" contagia toda a família que faz questão de manter vivas as memórias que a matriarca guarda com todo o carinho.
FONTE - o mossoroense